Medidas passivas de controle de incêndio – parte 4: Revestimento estrutural
Como parte das medidas passivas de controle de incêndio, o Revestimento Estrutural, assim como o controle de materiais de acabamento e revestimento (CMAR), tem o objetivo de retardar a propagação dos focos de incêndio. Assim, acrescentar uma camada extra de proteção nas estruturas da edificação irá atender às exigências legais para lugares com exposição da estrutura, grande área e ocupação, grande carga de incêndio e tipologia de risco.
As estruturas metálicas ou de concreto muitas vezes ficam à
mostra em projetos arquitetônicos, a depender do resultado estético ou formal
esperado, fator que se não for levado em conta na construção pode resultar em
aumento do risco para os ocupantes. Isto porque sem a aplicação de recursos que
retardem o aumento de temperatura nessas estruturas, o incêndio ficará mais
difícil de ser extinto¹. Ademais mediante a estabilidade e funcionalidade da
estrutura, a ação do fogo pode enfraquecer o sistema e levar a um colapso que
pode gerar maior número de vidas. Então, o revestimento deve ser aplicado em
elementos estruturais como pilares, vigas, e em lajes entre pavimentos.
Então, como parte de algumas das possibilidades de
revestimento estrutural tem-se a pintura intumescente (essa tinta resiste até
certa temperatura e após isso, se expande, garantindo uma proteção extra); a argamassa
projetada e o uso de placas ou mantas pré-fabricadas. Em geral o uso da pintura
permite a conservação das características estéticas da estrutura,
principalmente as metálicas. Outro fator importante na escolha das soluções é a
avaliação do Tempo de Requerido de Resistência ao Fogo (TRRF), cujo valor
máximo é de 240 minutos²,³.
Vale salientar que a escolha dos materiais para o
revestimento estrutural deve levar em consideração o grau de risco e carga de incêndio
da edificação e seu funcionamento, mediante a própria dinâmica do fogo. Além disso,
os materiais escolhidos podem representar maior ou menor facilidade de
instalação, visto que podem ser flexíveis, semirrígidos ou rígidos.
¹ BRETANO, T. A
proteção contra incêndios no projeto de edificações. 3ed. Porto Alegre:
Edição do autor, 2015.
² ANDRADE, C. C.; SOUZA, J. C. Projeto de arquitetura
– proteção contra incêndio em elementos estruturais de aço. Estação
Científica (UNIFAP), v.5, n.2, p. 49-68, jul./dez. 2015. Disponível em: https://periodicos.unifap.br/index.php/estacao/article/download/1642/cleidev5n2.pdf
acesso em Jul./2020.
3 MITIDIERI, M. L. Proposta de classificação de materiais e
componentes construtivos com relação ao comportamento frente ao fogo: reação ao
fogo. São Paulo: EPUSP, 1998. Disponível em <http://www2.pcc.usp.br/files/text/publications/BT_00222.pdf>
Acesso em Jul./2020.
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