Tratamento acústico: como calcular o Tempo de Reverberação?


O tratamento acústico consiste na aplicação de soluções que visam a melhoria das condições sonoras dentro dos ambientes, garantindo a inteligibilidade e o conforto¹,²,³; através da escolha e posicionamento de materiais no ambiente, no controle do volume interno e na garantia do equilíbrio do tempo de reverberação. Como referência para o dimensionamento destas possibilidades, os arquitetos e designers devem utilizar a norma técnica ABNT NBR 12179:1992 – Tratamento Acústico em recintos fechados³.   


Esta norma apresenta uma metodologia para o cálculo das soluções de tratamento acústico, considerando quantitativamente a inserção de materiais absorventes para equilibrar (reduzir ou aumentar) o Tempo de Reverberação. Este é indispensável para a melhoria das condições de inteligibilidade do ambiente, ou seja, é a variável capaz de melhorar na percepção das palavras e sons dentro dos ambientes em função de seu volume e materiais¹,²,³.


O Tempo de Reverberação (TR) é compreendido como um tempo necessário para que o som deixe de ser ouvido, considerando seu rebatimento dentro do ambiente e sua extinção na fonte sonora¹,³. Cada ambiente possui o tempo ideal ou ótimo para este prolongamento, com o propósito de evitar sobreposição de sons, formação de ruídos e existência da sensação de ‘eco’. Salientando-se que o eco realmente só é percebido em ambientes com grandes dimensões, quando estas ultrapassam os 17,00m ¹,².  

Fonte: extraído de NBR 12.179:1992.


De acordo com a norma NBR 12179:1992, é possível utilizar duas metodologias de cálculo para estimar o tempo de reverberação ótimo: a Fórmula de Sabine e a Fórmula de Eyring. A escolha de uma delas deve acontecer por meio de uma investigação inicial do coeficiente de absorção médio do ambiente (αm), onde caso este seja menor que 0,30 é que se utiliza a Fórmula de Sabine³.


Após a determinação da fórmula de cálculo mais adequada, deve-se ajustar o Tempo de Reverberação (TR) com a escolha adequada de materiais reflexivos e absorventes, considerando uma margem de tolerância de 0,1s nos valores obtidos com o TR. Assim, é muito mais conveniente o uso de tabelas para a organização das áreas dessas superfícies, considerando a necessidade de ajuste nas frequências de 125Hz até 4000Hz, a depender do objetivo do recinto: palavra falada ou atividades musicais¹,².


Veja aqui uma tabela exclusiva para o cálculo do tratamento acústico com a Fórmula de Sabine! 

 








¹ BISTAFA, S. R. Acústica aplicada ao controle do ruído. 3ed. São Paulo: Ed. Blutcher, 2018.

² SOUZA, L. C. L.; ALMEIDA, M. G.; BRAGANÇA, L. Bê-a-bá da Acústica Arquitetônica: ouvindo a Arquitetura. São Carlos: EDUFSCAR, 2012.

3 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12179 – Tratamento Acústico em recintos fechados. Rio de Janeiro: ABNT, 1992.  

Fonte da imagem do início: https://casa.abril.com.br/sustentabilidade/azulejos-modulares-sao-sustentaveis-e-promovem-conforto-acustico/ 

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