Medidas passivas de controle de incêndio - parte 1: CMAR


Presente na maioria dos códigos e legislações de proteção e controle contra incêndios e explosões exigidos pelos departamentos de análise de projeto do corpo de bombeiros; as medidas de segurança são divididas em ativas e passivas. A primeira delas visa a extinção do fogo e de sua origem, como extintores; alarmes e detectores; hidrantes e mangotinhos; chuveiros automáticos; iluminação e sinalização de emergência; e a segunda delas tem por objetivo retardar a evolução dos focos de incêndio e proporcionar tempo suficiente à evacuação de ocupantes nos edifícios, além de proteger o patrimônio edificado¹.


As medidas passivas de proteção contra incêndio constituem-se da compartimentação horizontal e vertical; presença de saídas de emergência; revestimento estrutural e o controle de materiais de acabamento e revestimento (CMAR). Este último consiste na especificação de produtos que não apresentem intenso grau de risco para iniciar focos de chamas, ou seja, que não sejam combustíveis e perigosos.  


Fonte: https://www.archdaily.com.br/catalog/br/products/7934/acabamentos-para-interiores-hunter-douglas-brasil


Os materiais e acabamentos são classificados mediante o grau de risco que possuem, variando em função dos códigos do corpo de bombeiros de estado para estado. Assim, a escolha desses revestimentos internos e externos (encontrados em paredes, forros, pisos e coberturas) deve seguir as recomendações para cada tipologia de edificações e ocupações².


Em conformidade com o código do corpo de bombeiros de São Paulo, as classes são definidas como I, II-A, III-A, IV-A, V-A e VI; em que apenas a primeira é considerada incombustível, sendo as demais com certo grau de combustibilidade¹,².

 

CLASSIFICAÇÃO – CMAR

CLASSE I

CLASSE II-A

CLASSE III-A

Pisos cerâmicos, pedras, concreto e vidro.

Paredes em alvenaria, metal, blocos de concreto, lã de vidro.

Telha de fibrocimento, cerâmicas, metálicas, placas cimentícias e forro mineral.

Pisos vinílicos e de borracha.

Placas de gesso, PVC ou melanílico.

Forros compostos, acústicos, em PVC, gesso acartonado.

Carpetes, sintéticos e laminados.

Painel em MDF com revestimento laminado.

Materiais acústicos.

Forro acústico, em madeira.

CLASSE IV-A

CLASSE V-A

CLASSE VI

Carpetes.

Tinta verniz corta-chamas.

Não encontrado.

Não encontrado.

Fonte: extraído de Coutinho e Côrrea, 2016; Mitidieri, 1998.

 

A definição da classe de risco é feita mediante ensaios em laboratório com indicadores de acordo normas nacionais e internacionais. É importante ressaltar que é no momento do projeto arquitetônico que tais materiais e revestimento são especificados; daí a importância do Arquiteto e Urbanista de conhecer as disposições legais e técnicas no momento de planejamento das soluções de segurança contra incêndio e explosões nas edificações³.

 

 







 

¹ BRETANO, T. A proteção contra incêndios no projeto de edificações. 3ed. Porto Alegre: Edição do autor, 2015.

² COUTINHO, B. A.; CÔRREA, A. R. A interpretação do controle de materiais de acabamentos e de revestimento no processo de segurança contra incêndio e pânico. Engineering and Science, v.5, n.2, 2016. Disponível em <http://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/eng/article/download/4347/2992>  Acesso em Jul./2020.  

3 MITIDIERI, M. L. Proposta de classificação de materiais e componentes construtivos com relação ao comportamento frente ao fogo: reação ao fogo. São Paulo: EPUSP, 1998. Disponível em <http://www2.pcc.usp.br/files/text/publications/BT_00222.pdf> Acesso em Jul./2020.  

Fonte da imagem do início: https://revistaincendio.com.br/ckc-cria-passo-a-passo-de-vistoria-para-protecao-passiva-contra-fogo/

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