Arquitetura para o autismo
Considerar as características dos usuários
é uma condição essencial ao buscar uma Arquitetura Inclusiva! Assim, os espaços
construídos são planejados de acordo com as necessidades de segurança, estética
e de conforto dos usuários; através da investigação das melhores condições
térmicas, luminosas, acústicas, ergonômicas e visuais; de modo a garantir a
qualidade ambiental desejada. ¹
Deste modo, com o advento da norma de Acessibilidade
- NBR 9050:2015 e das legislações que tratam especificamente dos direitos da
pessoa com TEA (Transtorno do Espectro Autista) como a Lei Federal n.º 12.764/2012;
que os ambientes precisam proporcionar conforto e segurança para os usuários,
incluindo-se as pessoas com deficiência física, auditiva, visual e intelectual,
e também dentro aquelas dentro do Espectro
Autista.
As pessoas com TEA apresentam dificuldades
em interação com o meio (hipersensibilidade ou apatia às condições ambientais)
e de comunicação; falta de interesse na interação social; comportamentos
repetitivos e restritivos que demandam um espaço construído adequado e
inclusivo. ²,³ Tais condições não se manifestam com a mesma intensidade
nem muito menos em sua totalidade, mas sim, em graus que variam do mais leve ao
mais grave, requerendo em ambos os casos tratamento e acompanhamento
especializado.
Então, para atender às necessidades destes
usuários, arquitetonicamente falando o ambiente deverá ser confortável por
apresentar em suas configurações (forma, texturas, organização espacial, cores,
iluminação, acústica e temperatura) aspectos que não causem desconfortos e
sofrimentos, ou seja, que não os sobrecarreguem sensorialmente.
Fonte: a) https://www.numenarquitetura.com/single-post/Abril-azul-como-otimizar-espacos-para-criancas-autistas; b) https://inhabitat.com/japans-hanazono-kindergarten-was-designed-to-keep-kids-safe-during-typhoons/hanazono-kindergarten-japan-architecture2/; c) https://www.nydailynews.com/life-style/health/center-autism-developing-brain-aims-lifelong-resource-patients-article-1.1375984.
Dos métodos de tratamento da pessoa com TEA, um dos que se utilizam da configuração
ambiental é o TEACCH (Treatment and Education of Autistic and Related
Communication Handicapped Children) que recomenda alguns cuidados com o
layout, organização espacial e a criação de um espaço de escape para os
momentos de crise.Este, deve ser controlado em termos de acústica perfeita,
iluminação suave e difusa, temperatura agradável e sem a presença de fortes odores.
4
É importante salientar que o indivíduo
portador do TEA não vai se adaptar ao ambiente, mas o ambiente deve ser
adaptado para ele. Para o melhor planejamento do ambiente para o portador do
TEA, seja uma criança ou adulto, é necessário antes de iniciar as soluções,
estabelecer um briefing bem detalhado das condições de sensibilidade sensorial,
preferencias e comportamento; pois por meio deste perfil será possível
investigar as melhores soluções arquitetônicas.
¹ VOORDT,
Theo J. M. van der; WEGEN, Herman B. R. van. Arquitetura sob o olhar do
usuário. São Paulo: Oficina de textos, 2013.
² CRUZ,
Débora Rodrigues; ABDALLA, José Gustavo Francis; ANTUNES, Katiuscia Cristina
Vargas. Arquitetura escolar e a inclusão de alunos com deficiência intelectual
e autismo: estudo de caso em Juiz de Fora. In: XVI ENCONTRO NACIONAL DE
TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO. São Paulo, Setembro de 2016.
3 FREITAS,
Patrícia Martins de; NISHIYAMA, Patrícia Belini; RIBEIRO, Denise Oliveira;
FREITAS, Leandro Martins de. Deficiência intelectual e o transtorno do espectro
autista: fatores genéticos e neurocognitivos. Pedagogia em Ação, v.8,
n.2, 2016. Disponível em: <
http://periodicos.pucminas.br/index.php/pedagogiacao/article/view/13140/10287>
Acesso em Mar/2019.
4 MARIANO, Sonayra
do Nascimento. Design de interiores no tratamento do autismo: proposta de
intervenção arquitetônica através da psicologia ambiental. (Monografia)
Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo. Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia Fluminense. Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Campos
de Goytacazes, Rio de Janeiro, 2017. 121 p. Disponível em: <
http://bd.centro.iff.edu.br/bitstream/123456789/1887/1/Texto.pdf > Acesso em
Mar/2019.
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